Buscando uma porta para a saída
Com a luz que agora se apaga nas esquinas das ruas,silenciosamente avisto desse meu cantinho os passos tortos daquele vulto preto sem rumo...
Vem e some,se aproximando ou não de qualquer muro ou calçada,entrando num dilema com sua própria vontade...
Alguém infeliz,procurando se encontrar numa noite escura e sem vida.
Sou eu quem observa,alguém que por certo também não se encontrou,apenas um olhar inquieto pelas janelas do mundo,querendo achar uma porta para a saída...
Aqueles passos desiquilibrados tentando entrar no seu rumo,talvez querendo voltar para aquele seu mundo,que na verdade é bem vagabundo...
Apenas abandonado por nada saber e nada ter encontrado em sua procura...
Dureza ou não,a vida é assim,quer da janela,ou pelas ruas solitárias.
Quero apostar na sorte desse infeliz...
Avistando aqui do meu canto e olhando bem no meu eu,quem sabe tentando tirar desse nosso abandono,coragem para ao menos sonharmos com a nossa sorte.
Longe se vai o senhor das incertezas e de seus passos,sem rumo o pobre vagabundo se afunda num buraco profundo,acabando também com a esperança de eu me encontrar nesse dilema em que estou...
Agora que o silêncio voltou,novamente sozinha estou,sem ao menos poder esperar o fim de uma procura que se acaba com a luz do dia entrando no mundo...
Me retiro,deixando então esse olhar profundo ao nada, e me trancando inteiramente calada...
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